sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

ela

o relógio está girando e o tempo passa
horas curtas e lugar nenhum para ficar
instintos compulsivos, fora de controle
como uma presa você foge de sua venenosa
picada!

ela sabe seus desejos
ela conhece sua dor
ela é a única que sabe o que você precisa
você alimenta sua fome
acaricia seu ódio
rendido - ela assistirá você sangrar

ela é um colapso dentro de sua cabeça

rápida e furiosa através de suas veias
incendiada por suas próprias chamas
você vê o mundo pelos olhos dela
terrível se você soubesse que ela dissimula
a verdade!

ela sabe seus desejos
ela conhece sua dor
ela é a única que sabe o que você precisa
você alimenta sua fome
acaricia seu ódio
rendido - ela assistirá você sangrar

ela é um colapso dentro de sua cabeça

agulhas, me injete
desligue sua consciência
ouça-me, acredite em mim
nada mal, coincidência
iludido, destruído
não há mais inocência
pactue com o diabo
jogue fora sua única chance

perturbado, refém, como você se encontrará
como por uma garota sedutora, seu coração derretirá
uma heroína diferente, ela salva o dia
e o amanhã, para sempre, você irá esperar
nas trevas!

ela sabe seus desejos
ela conhece sua dor
ela é a única que sabe o que você precisa
você alimenta sua fome
acaricia seu ódio
rendido - ela assistirá você sangrar

ela é um colapso dentro de sua cabeça











Bruno Muniz
25/12/2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Lutador bom aguenta pancada... ahn?

Num breve momento, em conversa com meu irmão, ouvi uma seguinte sentença e parei por instantes para pensar a respeito: "... lutador bom aguenta pancada". Enfim, qual é o significado que é atribuído à palavra lutador? E qual é o juízo de valor utilizado para definir o que é bom ou não?

Para falar a respeito, creio que seja necessário pensar inicialmente em qual é o propósito em se fazer alguma arte marcial ou luta.

Meu irmão é praticante de boxe e, como todo boxeador, acredita que lutar se resume em bater ao máximo com técnica e aguentar, também, o leque de golpes desferidos pelo adversário. Basta pensarmos nos mais consagrados boxeadores da história, como Mohammed-Ali e outros tão famosos quanto.

Acredito que quando iniciamos uma luta ou arte marcial, procuramos algo que seja eficiente por sua essência e pelo equilíbrio que aquilo nos dê à mente e ao corpo, de maneira que combinemos estes dois instrumentos de forma igual, a fim de não nos tornarmos vulneráveis a qualquer desventura.

Praticar uma modalidade de luta, em meu entendimento, é praticar algo que te torne seguro e te faça forte, e não um Ogro que absorve impactos de socos e pontapés sem sentir o que eles podem ocasionar.

Por fim, para mim, lutador é aquele que melhor defende seu corpo e com maior eficiência ataca o adversário sem se tornar, assim, vulnerável. Um bom lutador, então, não é o que suporta sequências e sequências de golpes sem cair ou cambalear, sem enfraquecer-se, pois um lutador é um ser humano. Mas um bom lutador é, nada mais nada menos, aquele que protege-se e não abre espaços e ângulos para o adversário e, assim, aproveita os que seu oponente oferece para um contra-ataque ou um ataque rápido e certeiro. Um lutador que absorve pancadas e se mantém em pé não é um lutador em meu entendimento, mas um ser preparado para a dor e o sofrimento, a ponto de não mais se importar tanto com isso, até tornar-se uma pedra demolidora de agressores que, infelizmente, atravessarem seu caminho. Um lutador ruim é o que não se protege, seja através de defesas ou esquivas, e assim torna-se vulnerável e também não sabe como e quando atacar seu adversário.

É preciso saber medir e calcular o momento ideal, ler o oponente e compreender sua lógica de movimentos e linha de raciocínio. Sem isso, não adianta ficar em pé e vencer uma luta, pois resistir ao impacto não significa lutar.


Bruno Muniz

terça-feira, 11 de setembro de 2007

11 de Setembro

há exatos 6 anos o mundo entrava em "estado de choque"
sem saber como, todo mundo se plantou frente aos televisores, com os ouvidos grudados em seus aparelhos de rádio, e com cara de babaca nós ficamos, sem saber exatamente o que pensar
muitos comemoravam, muitos queriam chorar, muitos levantaram diversas discussões políticas, econômicas... com os mais diversos argumentos... desde os mais radicais e extremistas, inclusive xiitas (faria sentido), até os mais conservadores e facistóides em defesa de uma represália e uma retaliação imediata do governo do canalha do George W. Bush
fato é que o mundo se abalou, muitos pensavam que a terceira guerra mundial teria iniciado naquela manhã de terça-feira (como hoje), por volta de 9h30 da manhã (horário de Brasília), com a destruição brutal de duas torres, símbolos do capital norte-americano: as Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center)
um sujeito que ninguém nunca tinha sequer ouvido falar, quanto menos tinha visto seu rosto, se tornou ícone de "filha da puta" à "herói" (nos moldes Che Guevara, com direito a camiseta e máscaras para halloween), um tal Bin Laden, "o pequeno Osama" (alusão ao "pequeno príncipe")
talvez o fosse, sim... o Príncipe das Trevas! um cavaleiro do apocalípse, cavalgando sozinho, contra uma nação de babacas sem memória e sem escrúpulos, porém absurdamente moralistas!!
a batalha entre o "Bem E O Mal", ou melhor dizendo, entre os degenerados de raciocínio e respeito contra os "suicidas coletivistas" (pois se matam levando meio mundo juntos) que não possuem discernimento entre quem é que manda, quem obedece, quem é o fdp e quem é apenas "gado"
em suma, era o princípio da caça ao vilão, barbudo e maldito, iniciada pelo cowboy presepeiro, de passos tortos e rabo largo, deixando rastros de merda onde quer que fosse...
GEORGE W. BUSH vs. OSAMA BIN LADEN
o fim dessa história? não teve, e alguém acredita que haverá algum?!
sinceramente, eu não acho que sim...
a história foi tão desvirtuada que eu nunca mais ouvi falar em caça ao sujeito de turbante, e o peão-de-boiadeiro texano de repente arrumou motivos pra lutar pela democracia no Oriente Médio e foi atrás de um velho companheiro de negócios, o bigodudo do Saddam Hussein... foi mais fácil do que com Osama... após um bombardeio absurdo, covarde e insano, sem o apoio, mas sem um posicionamento rígido (por parte da ONU) anti essa atitude da "pátria aRmada" (semelhante ao nosso Hino hipócrita: "pátria amada, Brasil...") estadosunidense... ou seja, pra variar, foi a omissão perante a intolerância e o imperialismo, disfarçado em "Cruzadas pela Democracia" (Cristã?)
e hoje, 6 anos depois de tanta merda rolando nos ralos e esgotos do mundo ocidental, eu pergunto: "ainda procuram o tal Bin Laden?"
parece uma busca dígna de "Onde é que está o Wally?"
quem sabe foi daí que "o barba" tirou suas artimanhas pra se esconder...
Hussein não foi tão astuto, ficou num buraco (será?) e acabou enforcado (nossa, até no Youtube deu pra assistir... "ê modernidade")
hoje o foco é outro, a gente (Brasil) preocupado com PAN, Copa do Mundo de 2014 (meu deu$, isso está longe!!), Mensalão (alguém sabe explicar o que foi isso? BRASIL, povo sem memória??), e tantas outras palhaçadas que não vai nem dar tempo de citar, pq não ando com tanta paciência pra escrever!! como escrevi isso, não sei!! oO
enfim...
alguém me diz onde está o Osama... o cara merece um prêmio!! O MAIOR CAMPEÃO DE ESCONDE-ESCONDE MUNDIAL... e, piadas à parte... não, não apóio o ataque aos EUA... muita gente morreu e realmente aquilo não mudou em nada o cenário político e econômico de NADA, absolutamente nada... fins não justificam meios, sem dúvida, e nesse caso, nem sequer os fins foram atingidos (se é que os fins eram de busca à igualdade... haha, balela!! nem fodendo era isso)
por fim, encerro este "testículo" (sim, pq isso deve estar um saco) com a seguinte pergunta: "where the fuck are we going?" (pra q inferno estamos indo?)
não sei, mas receio que a contagem regressiva pra autodestruição é cada vez mais forte, soa mais alto e os sinos podem badalar muito em breve, anunciando o previsto, o óbvio, o claro e o simplesmente lógico... na luta entre o "Bem e o Mal", não existem bonzinhos, heróis ou inimigos! mas apenas homens estúpidos empunhados com metralhadores, fuzis, e outras armas (sejam das mais barulhentas às mais sinistras e silenciosas) indo do pó ao pó, das cinzas às cinzas...
homens prontos para banharem-se em sangue irmão, por diferenças culturais ou econômicas impostas e aceitas por quem se faz passar por seus defensores, protetores, porta-vozes e deuses...
11 de setembro de 2001 (o que foi pra vc?), 11 de setembro de 2007 (nada?)
vale lembrar e recomendar a quem queira e se interesse, 11 de setembro de 1973 - Chile!!

abraços, amigos terráqueos!!

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11 de Setembro (Bruno Muniz - 13/09/2001)


De um grupo isolado
surgiram suas razões
ocasionadas pelo medo
Cegos em suas missões
Uma massa suicida
cria tristeza, felicidade
Destruir o dominador,
eis sua vontade!

Uma pátria gigantesca
armada até os dentes
no dia 11 de Setembro
é atacada de repente
Uma atitude foi tomada
de uma forma radical
Esquecendo as conseqüências
de um governo imperial

Fúria e amor por um único ideal
Destruição e pavor, o mundo vira um caos!
Cheios de orgulho, palidez em suas faces
Sede por vingança, não se escondem em disfarces!

Vidas tiradas
como folhas de um caderno
Ignorando a "dita paz"
Mandando tudo para o Inferno
Uma tal paz e justiça
que eles dizem ser pregada
Mas é por eles mesmos
é que as regras são ditadas

Fúria e amor por um único ideal
Destruição e pavor, o mundo vira um caos!
Cheios de orgulho, palidez em suas faces
Sede por vingança, não se escondem em disfarces!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

time...

"Voltar no tempo... tudo o que não é mais, já foi ou poderia ter sido. É engraçado, é como viver com a mesma intensidade de quando realmente aconteceu algo, porém sabendo o que está passando e tentando curtir ao máximo essas sensações. O famoso sentimento saudosista que toma conta do pensamento e tudo o que antes era terrível simplesmente desaparece, dando total liberdade ao que já era bom.
Nesses momentos, em que resgatamos tais momentos da memória com tamanha naturalidade, expressar-se parece um "Missão Marte", de tão difícil que é!! Percebemos o quanto curtimos e o quanto deveríamos ter curtido os momentos passados e, então, tiramos de lição, se prestarmos atenção, apenas que hoje devemos viver intensamene cada instante, sem trocar o hoje pelo amanhã, se inspirando nos bons momentos do passado e fazê-los possíveis novamente o máximo possível. Não desperdiçar sequer uma oportunidade de soltar o verbo, um sorriso ou qualquer manifestação que enriqueça nosso dia.
Quando iniciei este texto, escolhi falar disso, sabe-se lá porquê! Talvez porque hoje, devido ao aniversário de uma amiga do colégio, eu senti saudades daqueles tempos, daquelas pessoas. Mas o que mais me assustou, positivamente, foi o fato de que ao iniciar minha escrita, meu exercício cerebral, ao olhar para o lado, aqui na faculdade, vi e fui visto, reconheci e fui reconhecido por uma grande amiga dos tempos de colégio, a qual eu não via desde 2003!! Então, ao conversar com ela, me dei conta do quanto amei e amava aquela escola, aquelas pessoas, aqueles tempos e o quanto me fazem falta. Assim, me dei conta do quanto sentirei falta deste lugar no qual estou sentado, no qual estudo (não tanto) e curto minhas amizades...
Por fim, fiquei feliz por saber que tenho mil e uma razões para voltar no tempo, recordar e sorrir ainda mais!"
Assim sendo, sem perder tempo, digo que
TE AMO
Sim! Você, leitor de meu blog!
Afinal, quem lê isso aqui são apenas algumas poucas pessoas, e só aquelas que realmente me admiram ou tem certo grau de estima por mim...
O texto acima foi escrito hoje (ontem, dia 23 de agosto)!

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TIME - Pink Floyd


Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun

And you run and you run to catch up with the sun, but its sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in the relative way, but youre older
Shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the english way
The time is gone, the song is over, thought Id something more to say

Home, home again
I like to be here when I can
And when I come home cold and tired
Its good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

yesterday...

às vezes me pego pensando em minha vida
em minhas atitudes e prioridades
no que tenho feito, no que tenho deixado pra trás
no que gostaria de fazer, o que queria esquecer
acontece que quanto mais penso, mais acho justificativas (ou desculpas) pras coisas que tenho deixado de lado não pesarem à consciência
bem, só sei que estou começando a ver a luz no fim do túnel
o fim de algumas coisas e o começo de outras parece significar, pra mim, a oportunidade de alavancar meus projetos e desejos
minhas idéias e sonhos... colocar em prática
não tenho mais tanta inspiração como antigamente, pra escrever textos e mais textos
hj em dia, só pensamentos... perdidos no espaço
não tenho mais "linha de raciocínio" caso não haja um estímulo que eu alimente-o imediatamente
mas enfim... estas são, como todas as outras, só algumas palavras de um cara que quer voltar a escrever aqui com freqüência mas nunca consegue, porém não desiste hehehe
blz... ficarei por aqui e deixarei uma letra de música q não sai da minha cabeça hj
beijos, aos que lêem minhas coisas raramente escritas por aqui!!
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BEATLES - YESTERDAY
(autor Paul McCartney)


Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe
In yesterday

Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me
Oh, yesterday
Came suddenly

Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday

Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe
In yesterday

Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday

Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe
In yesterday

Uhmmm, yesterday

quinta-feira, 21 de junho de 2007

a matter of perception

a percepção é algo que realmente parece não ter nada a ver com nossos sentidos mais básicos
vulgo os cinco sentidos humanos
parece ser um sexto sentido, certo?
quanto mais penso a respeito, mais entendo desta forma
percepção é como a capacidade de captar o que está acontecendo, o clima, e isso independe de qualquer sensação paupável ou que possa ser objeto de estudo científico
existem momentos na vida dos quais não sabemos nada da situação, mas por alguma sensação qualquer, sentimento mesmo, a gente toma uma decisão e, de fato, dá tudo certo
em compensação, há momentos nos quais nos sentimos totalmente perdidos
temos parâmetros de análise, vemos os fatos, sentimos cheiro, ouvimos palavras, provamos o sabor, tocamos com as mãos e pele... e nada...
questão de percepção... muitas vezes é algo q falta a qlq um... é como desenvolver os reflexos, porém num âmbito mais metafísico
como desenvolver isso? bom, acho que só experiência de vida mesmo e muita calma pra tentar rever tudo q foi vivido de um ponto de vista, sempre que possível, desligado de valores e posicionamentos
é como fazer ciência... não é possível ser neutro, mas é preciso sempre tentar
percepção é aprender com os erros e utilizar o aprendizado nos momentos mais delicados que se deparar

"even with my eyes openned, i can't see anything"
(até mesmo com meus olhos abertos, eu não vejo nada)
ZATOICHI

sexta-feira, 15 de junho de 2007

changes...

como é difícil tomar uma decisão, né?
pior, como é difícil executar isso quando foi difícil já decidir...
é isso que estou passando
sem dúvida é um dos momentos, se não o mais, delicados que já vivi
uma necessidade tremenda de acabar com tudo, de explodir, de dar a mim mesmo um renascimento
encarar uma nova realidade, de novas incertezas e dúvidas, não mais as mesmas que vêm me rodeando nos últimos dias
não estou preparado pra tal mudança, não me sinto preparado pra isso
é como se fosse mais cômodo ficar de braços cruzados sem agir e ficar num sufoco interminável, numa sensação claustrofóbica e agonizante, na qual tudo à volta parece cercar-me em cantos escuros e me espancar, até o momento que eu peça arrego
isso parece mais simples de se fazer do que mudar tudo, do que ocasionar feridas profundas em mim mesmo e em pessoas que estão no meu coração, pra sempre, e que eu sempre tive medo de machucar
pois as minhas mudanças são apenas neste sentido, o de fazer com que uma vida seja interrompida e seja forçada a começar do zero novamente... isso dói e, por mais necessário que seja, é quase que impraticável
mas ainda assim, não deixa de ser necessário
viver nessa dualidade, uma esquizofrenia consciente e constante, pulsante e que faz rasgar a pele das costas
isso não pode e não deve se estender mais, mas é difícil
é como encarar seu pior inimigo... é como entrar num quarto escuro correndo, fugindo de algo, e sem saber o que há dentro do quarto e nem imaginar o que pode haver lá, se é que há algo
tomar decisões exige duas coisas: maturidade e coragem
maturidade em enxergar os pontos que movem tal decisão e analisar se estes pontos são realmente plausíveis e certos para si mesmo
e coragem para colocar a decisão em prática, admitindo a possibilidade de falhas, dores e quedas, de si mesmo ou de outrem que esteja envolvido na situação
acredito que, para mim, maturidade eu adquiri... coragem, bem, isso a gente nunca sabe se tem o suficiente
sempre parece faltar, e sempre parece faltar muito... mas, talvez coragem seja enfrentar a situação de frente com aquele frio na barriga, aperto no coração, falta de ar no pulmão, lágrimas nos olhos, dor de cabeça, nariz escorrendo, ouvido apitando, tremedeira nas pernas e suor nas mãos...
coragem talvez seja sentir tudo isso e, enquanto isso ainda existe, você continua determinado e consciente de que está fazendo o certo, por mais errado que possa parecer de fora
é a tal dualidade... uma espécie de dúvida existencial: ser ou não ser?
não ser parece simples... por mais doloroso que seja, é apenas uma questão de conformar-se com o desconforto e admití-lo enquanto realidade imutável...
porém, ser exige coragem e maturidade, e quando atinge-se isso, ser, todas as verdades e medos desaparecem... e assim resta, apenas, o alívio de ter feito a coisa certa, e a certeza de que tudo passa a ser incerto e que não há mais verdades, ao passo que a mudança é sempre um novo começo
vire a página...
reconheça tudo de bom que viveu, mas não se prenda a isso caso não acredite mais nisso
viver é fazer e correr atrás do que se acredita, do que se ama... isso pede cautela, calma, paciência
bom, estou tentando ter tudo isso
nunca me pareceu que seria tão difícil qualquer situação semelhante
hoje vejo que é e que eu não estou preparado, mas quem está?!
um forte abraço,
de quem continua acreditando...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Turn The Page

(Bob Seger)


On a long and lonesome highway east of Omaha
You can listen to the engines moaning out as one note song
You think about the woman or the girl you knew the night before
But your thoughts will soon be wandering the way they always do
When you're riding sixteen hours and there's nothing much to do
And you don't feel much like riding, you just wish the trip was through

Here I am - on the road again
There I am - up on the stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page

So you walk into this restaurant strung out from the road
And you feel the eyes upon you, as you're shaking off the cold
You pretend it doesn't bother you, but you just want to explode
Yeah, most times you can't hear 'em talk, other times you can
All the same old clichs, is it woman? is it man?
And you always seem outnumbered, you don't dare make a stand
Make your stand

Here I am - on the road again
There I am - up on the stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page

Oo-ooh, out there in the spotlight, you're a million miles away
Every ounce of energy you try to give away
As the sweat pours out your body like the music that you play, yeah

Later in the evening, you lie awake in bed
With the echoes of the amplifiers ringing in your head
You smoke the day's last cigarette, remembering what she said
What she said

He-ey

Yeah
And here I am - on the road again
There I am - up on a stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page
There I go - turn that page
There I go, yeah, yeah
There I go, yeah, yeah
There I go, yeah
There I go, yeah
There I go, oo-oo-ooh
There I go
And I'm gone


segunda-feira, 14 de maio de 2007

porrada na marginal

quer questionar o quão somos vulneráveis, pequenos e frágeis?!
testemunhe um acidente
ontem eu testemunhei um, na marginal tietê, a metrôs de distância de mim
estava dirigindo, de boa, levando minha namorada pra casa
eram 23h, aproximadamente
eu estava numa alta velocidade, por volta de 100km/h, nada demais, mas enfim
quando estava na altura do Parque São Jorge (Corinthians), sentido centro, do nada eu olho, vejo um carro se direcionar à pista da direita, olhei pra frente, eu estava na extrema esquerda e o carro ia pra pista 3 (contando da esquerda pra direita)
eis que o carro que estava na pista 4, pelo visto, deve ter mudado de faixa ao mesmo tempo, ambos em velocidade superior à minha, porém quase ao meu lado
o carro que estava mais a frente, na pista 2 indo pra 3, tomou uma porrada na traseira, na região da lanterna
eu só pude ouvir o estrondo, forte!!
cara, que susto da porra, o coração foi a mil, minha namorada apenas disse: "ai merda, cuidado"
por sorte, meus reflexos não estão tão estabanados e ao invés de jogar volante pro lado ou acelerar mais ainda, eu comecei a frear e não tinha carros vindo atrás em pouca distância
o carro que levou a porrada era um santana, acredito... ele foi jogado contra o guard-rail e bateu quase de frente, nisso o carro girou e atravessou toda a pista de lado até bater do lado esquerdo (a uns 4 ou 5 metros de distância de mim, à minha frente) - daí a importância de eu ter reduzido, se eu acelero eu pego ele de lado e vou junto pra roça
após bater no muro à esquerda o carro voltou a atravessar as 4 pistas e só parou quando a parte traseira do carro bateu novamente no guard-rail à direita, e nisso o carro que havia batido no santana parou... do santana, o motorista foi jogado pra fora do vidro da porta (q estava aberto) e aparentemente ele estava sem cinto
pelo q pude ver, ele não sofreu nenhum acidente grave, pois ficou com metade de seu corpo pendurado pra fora, metade dentro, e logo começou a mexer os braços e expressou em seu rosto uma face de dor, tentando levantar-se
o carro q parou, creio, deve tê-lo socorrido... assim espero, pois eu mesmo não tinha nem como parar alí...
a cena foi chocante e ainda se repete na minha mente, bem definida e com seus mínimos detalhes...
nessas eu me questiono: a gente se julga tão senhor de si e do mundo, e com nossas benditas armas que criamos e utilizamos, apenas nos matamos, em questão de segundos... podemos virar adubo só de não dar seta, de virar do nada ou de não prestar um pouco mais de atenção que deveríamos ter tomado
é tanta merda q a gente vê acontecendo por aí, no trânsito, nas ruas, em td q é canto... e a gente continua agindo como se fôssemos super-homens, invencíveis... indomáveis e senhores do impossível
foi foda, ontem fiquei pensando nessas coisas e concluí que a vida é curta e frágil demais pra não aproveitá-la, mas não podemos esquecer que aproveitá-la ao máximo significa, também, tomar as devidas precauções pra não fazer merda e desperdiçá-la e de repente cruzar os dedos sobre o peito mais cedo...
acredito q akele cara não sofreu nada de grave, torço por isso, apesar do carro ter ficado bem amassado mesmo...
bom, só isso que eu queria falar
somos homens, não deuses... não somos eternos
portanto, vivamos, mas não nos esqueçamos de que pra viver é necessário estar atento e tomar cuidado, sempre!!
sei lá, não é uma super reflexão, mas eu precisava escrever um pouco a respeito

- será q alguém ficou vivo depois dessa porrada aí da foto? nem fodendo, eu duvido!! oO

beijos e abraços a tod@s que leram até o fim

terça-feira, 8 de maio de 2007

vermin!! thanks for nothing

aew, postando após três séculos
...
apenas alguns comentários sobre coisas do fim de semana paulistano/brasileiro
neste domingo, uma das maiores figuras da política contemporânea brasileira bateu as botas, foi dessa pr'uma melhor, deixou-nos (hahaha)
o mitológico, bizarro, patético e ridículo Enéas (Ferreira) Carneiro
morreu com leucemia em casa ontem, dia 6 de maio
agora é contar os dias do Maluf também!!
hahahaha maldade à parte, é bem por aí mesmo
um fdp a menos pra ser contra lei do aborto
um a menos pra ficar ostentando um sentimento facistóide travestido em uma bandeira nacional de um país de miscigenações que vive na base do preconceito racial, sexual, étnico e de gênero, na base da exclusão social, repressão, corrupção
se foi e foi tarde... não fará muita diferença no cenário político brasileiro, mas não é nem essa a questão... o fato é: MORREU, evaporou, virou pó, cinza, adubo, MERDA!!
se fodeu
outro lance é algo que eu ouvi de uma colega na facul hoje
VIRADA CULTURAL - foi bem legal, assisti uma grande banda nacional (Golpe de Estado)
valeu à pena... é um momento de festa, de curtição... gratuito, td isso é mto bom
mas como ela disse, é só num dia assim pra sermos "donos de nossa cidade"?
tipo, foi a legitimação do Estado e de seu domínio sobre nossas mentes, atitudes e crenças
na noite de 5 de maio e manhã de 6 de maio as ruas da cidade de São Paulo foram do povo, mas apenas com o "aval" e a organização da prefeitura...
imaginemos um "happening" no centro da cidade: do nada, monta-se um palco, uma estrutura básica, porém sustentável, e bandas começam a tocar, artistas criam e expõem suas obras, grupos iniciam projetos de discussão e debate sobre a vida social e política em SP, Brasil e no mundo...
isso seria fodido, mas e aí?! com certeza a repressão não demoraria NADA até chegar, se é que dariam tempo suficiente pra tudo se ajeitar antes de virem com suas malditas borrachadas, balas de borracha, gás pimenta...
o Estado diz quando e onde podemos ser livres e curtirmos um pouco de arte e festa
nós aceitamos, e continuamos nossa rotina, dia após dia, abaixando nossas cabeças
é isso aí!!
falow!!

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Vermin - NAPALM DEATH


The rats on this earth have nothing on you
An insult to those which crawl the sewers

Devourer, plunderer, deceptor

Sniff out a scheme and leave the scraps behind
Voracious, insatiable? A nose attuned to greed

Devourer, plunderer, deceptor

Evade all traps
and come out gnashing, snarling, gnashing, snarling!

Disguises are many
Media pawn or man on the street

They'll scavenge your emotions
and leave you diseased
They'd steal a last possession
And smile as you concede

Devourer, plunderer, deceptor

sexta-feira, 16 de março de 2007

o silêncio precede... a revolução


O caos nascerá no silêncio,
trazendo um barulho ensurdecedor
não serão suficientes sirenes,
alarmes ou auto-falantes
nada irá calar a fúria dos povos
pois são séculos de miséria e aceitação
nada irá calar a angústia dos povos
pois a revolta não se acalma com grades e correntes
os dias de fartura estão contados
as noites tranqüilas do governo estão nos fins
a burguesia mal pode esperar para encarar
a aqueles que foram subjulgados todos esses tempos
clamamos pela revolução, pela insurreição
não por saber como será o amanhã,
mas por não querer que o amanhã seja
assim como os dias de hoje
todos os dias negamos a nós mesmos
em prol de um mundo que não é nosso
todos os dias vendemos nossas almas
em troco de mais um dia de fome e frio
do silêncio nasce o caos
do caos nascem mundos novos
da angústia nasce a rebeldia
da rebeldia renascem os povos
aqueles que foram pisoteados
nos outros não pisarão
aqueles que pisaram
não mais, nunca mais irão
a revolução do silêncio
trará o som do caos
o caos trará a vida
e a vida, a liberdade

terça-feira, 13 de março de 2007

Grades às idéias livres e ousadas

Estive pensando e, hoje em sala de aula, refleti mais um pouco a respeito.

O ser humano é tão medroso, tão violento, tão possessivo, que seus sentimentos fazem com que ele busque aprisionar tudo aquilo que possa lhe fugir do controle. Tanto é assim que, logo que compramos algo novo, como um carro ou uma casa, tratamos de protegê-los com as mais sofisticadas tecnologias, a fim de que não soframos perdas e danos. Bem, nada mais justo, já que são as expressões de nosso esforço pessoal e dispêndio (e venda) de nossa força de trabalho. De qualquer maneira, nos enjaulamos, nos engaiolamos, nos prendemos dentro de nossas casas, por entre grades em todas as janelas de fácil acesso a qualquer "delinqüente" mal intensionado que possa adentrar em nossa residência. Assim como procuramos, não só por estética e conforto (isso já é secundário), mas por medo, aplicar o recurso do insul-film nos vidros de nossos carros (isso pra quem tem carro).

Para entendermos melhor a vida, a espécie humana procura fazer "das tripas coração" com suas mais bizarras pesquisas científicas. Tudo em nome da ciência e da evolução da espécie. Daí, vem a utilização de animais como cobaias, para a realização de experimentos e testes. E é claro, os animais estão lá, enjaulados, assim, o controle é mais fácil de ser exercido, pois não há grandes chances do animal escapar de seus limites (por nós impostos).

Bem, nada disso é novidade, e o que quero falar com tudo isso também não o é. Tudo isso que digo aponta para apenas um outro assunto ao qual me chamou atenção nestes últimos dias, que sempre pensei, mas que hoje, mais especificamente, bateu mais forte.

A nossa necessidade de controle. Essa necessidade se faz tão presente que, em todos os setores da vida social, alguma forma de controle e coerção existe. No meu caso, não consigo não pensar na questão acadêmica. Vivemos dentro de uma lógica cartesiana, na qual o conhecimento é extremamente fragmentado, até chegarmos às especializações e, por fim, perdemos total noção da amplitude sobre qualquer coisa que pretendemos compreender melhor. Nos alienamos em nossas especializações, há séculos fechamos os olhos para o que cerca uma questão, uma relação, a fim de examinarmos profundamente essa questão, somente, no seu interior. A mais pura e concentida alienação e dominação.

São as metodologias científicas, os métodos que aprendemos na faculdade para ordenarmos o pensamento e dar razão às idéias e constatações da realidade, que nos prendem e deturpam nosso conhecimento. As metodologias cartesianas, exigidas na formatação e organização de um trabalho resultante de uma pesquisa "x", aprisionam o conhecimento dentro de caixas, de salas, de solitárias, em grades enferrujadas. O conhecimento e as idéias perdem sentido coletivo e se fazem individuais e vazias, dentro de suas celas solitárias. Como um prisioneiro que tenha cometido o maior crime contra a humanidade e seja, por mal comportamento, submetido a dias de cela solitária. Como uma besta, uma fera incontrolável, qualquer forma de conhecimento que extravaze à noção cartesiana de conceber o conhecimento deve ser abatida, enclausurada, cercada, censurada, presa e dominada, para que atenda apenas aos propósitos da academia: manter o conhecimento elitizado e estagnado na academia, como sangue coagulado e rios pequenos em época de seca. Congela-se a autonomia do pensamento, prende-se a vontade da independência e cerca em um canto escuro a força da liberdade.

A Universidade, que deveria ser o antro do saber e do conhecimento, nada mais é que o aprisionamento deste. Nada além do que a cela escura, cheia de umidade, com ratos em todos os lados, da solitária cedida ao que excede a lógica e transcende à loucura seus pudores e medos. Revolucionar a Universidade e transformá-la em algo diferente, a meu ver, é o mesmo que revolucionar o Estado e dar-lhe nova função: uma missão impraticável. A Universidade não tem função que não ajudar o Estado e o Capital a manter a ordem. O Capital monopoliza os meios de produção e as riquezas. O Estado protege o Capital com a polícia, o exército. E a Universidade, de mãos dadas à Igreja e à Mídia, nada mais faz que reproduzir a lógica da sociedade dentro de sua estrutura burocratizada, elitista e dogmática, guardando a sete chaves a produção das mais interessantes mentes humanas que se arrisquem lá dentro (da Universidade) a inovar alguma coisa. Ai daquele que se arrisque a isso!! O Olimpo Universitário não suporta anjos rebeldes. Lúcifer não tem vez no reino dos céus, assim como o pesquisador revolucionário não terá seu lugar dentro da academia. Aliás, para que buscar um lugar na academia se a sociedade não está lá e, muitos, nem sequer têm acesso ao que lá se produz?

A Universidade é a cela solitária das Idéias.
A Ciência Positivista é o carrasco da Revolução.


sábado, 10 de março de 2007

Bem vindos

Buenas, povo louco e paciente que me visita a partir de hoje, 10 de março de 2007.

Sim, estou voltando ao "blog", pois aqui, diferentemente de "flogs", quem visita entra pra ler, e não apenas falar "que foto legal" e pronto...

Aqui será meu espaço pra reflexões públicas, pras minhas idéias devagarem na internet, meus devaneios de madrugadas...

"Escreveu, não leu, o pau comeu!!" - minha mãe costumava dizer isso hehehe Mas não me importo, muito do que eu escrever aqui não será reeditado, assim sendo, imagino que vou ofender alguém, alguma hora, e portanto, sei que serei criticado, xingado e por aí vai.

Por fim, vou deixar - como primeiro "post" de apresentação - a letra da música que me inspirou no nome e endereço deste meu novo blog!!

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Give It Revolution
(Suicidal Tendencies)

Throughout all time and history
The world's been mauled tyranny
Now we're refusing to take it
The worst evil the world has saw
Were crimes defended by the "law"
Deny our rights and we'll break it
You got to break the chains that hold you down
Crush the tyrants to the ground
Freedom cannot be legislated
We'll bow down to no other one
The Father and His Son
They can't deny what he's created
Most wars never should have been thought
But this is a war that must be fought
We'll take a wrong and we'll right it
The greatest weapon of the fascist
Is the tolerance of the pacifist
We've got to stand up and fight it
We'll give it

You got to give it revolution, give it revolution
We're gonna give it revolution, give it revolution
You got to give it revolution, give it revolution
We're gonna give it revolution

Well you can put a bullet in my head
But you can't kill a word I've said
You got the disease, I got the solution
No matter how much or more you try,
you can never ever make this martyr die
I give it revolution
Revolution!
You could put a bullet in my head
But you can't kill a word I've said
Give it revolution
No matter how or what you try
You can never ever make a martyr die
Give it revolution
Revolution