sexta-feira, 16 de março de 2007

o silêncio precede... a revolução


O caos nascerá no silêncio,
trazendo um barulho ensurdecedor
não serão suficientes sirenes,
alarmes ou auto-falantes
nada irá calar a fúria dos povos
pois são séculos de miséria e aceitação
nada irá calar a angústia dos povos
pois a revolta não se acalma com grades e correntes
os dias de fartura estão contados
as noites tranqüilas do governo estão nos fins
a burguesia mal pode esperar para encarar
a aqueles que foram subjulgados todos esses tempos
clamamos pela revolução, pela insurreição
não por saber como será o amanhã,
mas por não querer que o amanhã seja
assim como os dias de hoje
todos os dias negamos a nós mesmos
em prol de um mundo que não é nosso
todos os dias vendemos nossas almas
em troco de mais um dia de fome e frio
do silêncio nasce o caos
do caos nascem mundos novos
da angústia nasce a rebeldia
da rebeldia renascem os povos
aqueles que foram pisoteados
nos outros não pisarão
aqueles que pisaram
não mais, nunca mais irão
a revolução do silêncio
trará o som do caos
o caos trará a vida
e a vida, a liberdade

terça-feira, 13 de março de 2007

Grades às idéias livres e ousadas

Estive pensando e, hoje em sala de aula, refleti mais um pouco a respeito.

O ser humano é tão medroso, tão violento, tão possessivo, que seus sentimentos fazem com que ele busque aprisionar tudo aquilo que possa lhe fugir do controle. Tanto é assim que, logo que compramos algo novo, como um carro ou uma casa, tratamos de protegê-los com as mais sofisticadas tecnologias, a fim de que não soframos perdas e danos. Bem, nada mais justo, já que são as expressões de nosso esforço pessoal e dispêndio (e venda) de nossa força de trabalho. De qualquer maneira, nos enjaulamos, nos engaiolamos, nos prendemos dentro de nossas casas, por entre grades em todas as janelas de fácil acesso a qualquer "delinqüente" mal intensionado que possa adentrar em nossa residência. Assim como procuramos, não só por estética e conforto (isso já é secundário), mas por medo, aplicar o recurso do insul-film nos vidros de nossos carros (isso pra quem tem carro).

Para entendermos melhor a vida, a espécie humana procura fazer "das tripas coração" com suas mais bizarras pesquisas científicas. Tudo em nome da ciência e da evolução da espécie. Daí, vem a utilização de animais como cobaias, para a realização de experimentos e testes. E é claro, os animais estão lá, enjaulados, assim, o controle é mais fácil de ser exercido, pois não há grandes chances do animal escapar de seus limites (por nós impostos).

Bem, nada disso é novidade, e o que quero falar com tudo isso também não o é. Tudo isso que digo aponta para apenas um outro assunto ao qual me chamou atenção nestes últimos dias, que sempre pensei, mas que hoje, mais especificamente, bateu mais forte.

A nossa necessidade de controle. Essa necessidade se faz tão presente que, em todos os setores da vida social, alguma forma de controle e coerção existe. No meu caso, não consigo não pensar na questão acadêmica. Vivemos dentro de uma lógica cartesiana, na qual o conhecimento é extremamente fragmentado, até chegarmos às especializações e, por fim, perdemos total noção da amplitude sobre qualquer coisa que pretendemos compreender melhor. Nos alienamos em nossas especializações, há séculos fechamos os olhos para o que cerca uma questão, uma relação, a fim de examinarmos profundamente essa questão, somente, no seu interior. A mais pura e concentida alienação e dominação.

São as metodologias científicas, os métodos que aprendemos na faculdade para ordenarmos o pensamento e dar razão às idéias e constatações da realidade, que nos prendem e deturpam nosso conhecimento. As metodologias cartesianas, exigidas na formatação e organização de um trabalho resultante de uma pesquisa "x", aprisionam o conhecimento dentro de caixas, de salas, de solitárias, em grades enferrujadas. O conhecimento e as idéias perdem sentido coletivo e se fazem individuais e vazias, dentro de suas celas solitárias. Como um prisioneiro que tenha cometido o maior crime contra a humanidade e seja, por mal comportamento, submetido a dias de cela solitária. Como uma besta, uma fera incontrolável, qualquer forma de conhecimento que extravaze à noção cartesiana de conceber o conhecimento deve ser abatida, enclausurada, cercada, censurada, presa e dominada, para que atenda apenas aos propósitos da academia: manter o conhecimento elitizado e estagnado na academia, como sangue coagulado e rios pequenos em época de seca. Congela-se a autonomia do pensamento, prende-se a vontade da independência e cerca em um canto escuro a força da liberdade.

A Universidade, que deveria ser o antro do saber e do conhecimento, nada mais é que o aprisionamento deste. Nada além do que a cela escura, cheia de umidade, com ratos em todos os lados, da solitária cedida ao que excede a lógica e transcende à loucura seus pudores e medos. Revolucionar a Universidade e transformá-la em algo diferente, a meu ver, é o mesmo que revolucionar o Estado e dar-lhe nova função: uma missão impraticável. A Universidade não tem função que não ajudar o Estado e o Capital a manter a ordem. O Capital monopoliza os meios de produção e as riquezas. O Estado protege o Capital com a polícia, o exército. E a Universidade, de mãos dadas à Igreja e à Mídia, nada mais faz que reproduzir a lógica da sociedade dentro de sua estrutura burocratizada, elitista e dogmática, guardando a sete chaves a produção das mais interessantes mentes humanas que se arrisquem lá dentro (da Universidade) a inovar alguma coisa. Ai daquele que se arrisque a isso!! O Olimpo Universitário não suporta anjos rebeldes. Lúcifer não tem vez no reino dos céus, assim como o pesquisador revolucionário não terá seu lugar dentro da academia. Aliás, para que buscar um lugar na academia se a sociedade não está lá e, muitos, nem sequer têm acesso ao que lá se produz?

A Universidade é a cela solitária das Idéias.
A Ciência Positivista é o carrasco da Revolução.


sábado, 10 de março de 2007

Bem vindos

Buenas, povo louco e paciente que me visita a partir de hoje, 10 de março de 2007.

Sim, estou voltando ao "blog", pois aqui, diferentemente de "flogs", quem visita entra pra ler, e não apenas falar "que foto legal" e pronto...

Aqui será meu espaço pra reflexões públicas, pras minhas idéias devagarem na internet, meus devaneios de madrugadas...

"Escreveu, não leu, o pau comeu!!" - minha mãe costumava dizer isso hehehe Mas não me importo, muito do que eu escrever aqui não será reeditado, assim sendo, imagino que vou ofender alguém, alguma hora, e portanto, sei que serei criticado, xingado e por aí vai.

Por fim, vou deixar - como primeiro "post" de apresentação - a letra da música que me inspirou no nome e endereço deste meu novo blog!!

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Give It Revolution
(Suicidal Tendencies)

Throughout all time and history
The world's been mauled tyranny
Now we're refusing to take it
The worst evil the world has saw
Were crimes defended by the "law"
Deny our rights and we'll break it
You got to break the chains that hold you down
Crush the tyrants to the ground
Freedom cannot be legislated
We'll bow down to no other one
The Father and His Son
They can't deny what he's created
Most wars never should have been thought
But this is a war that must be fought
We'll take a wrong and we'll right it
The greatest weapon of the fascist
Is the tolerance of the pacifist
We've got to stand up and fight it
We'll give it

You got to give it revolution, give it revolution
We're gonna give it revolution, give it revolution
You got to give it revolution, give it revolution
We're gonna give it revolution

Well you can put a bullet in my head
But you can't kill a word I've said
You got the disease, I got the solution
No matter how much or more you try,
you can never ever make this martyr die
I give it revolution
Revolution!
You could put a bullet in my head
But you can't kill a word I've said
Give it revolution
No matter how or what you try
You can never ever make a martyr die
Give it revolution
Revolution